ASSOMBROS E TRINCHEIRAS: O QUE ACONTECE DEPOIS QUE O MUNDO ACABA (?)

Tieta Macau + Abeju Rizzo + Elton Panamby + Inaê Moreira

Criação multissensorial, que percorre plataformas múltiplas,  Assombros e Trincheiras é vulto no tempo, glitch ancestral e delay histórico. Lança lançada sobre a colônia, facão empunhado de proteger cria, presenças que não se findam num enquadramento necróptico, mas escamosamente serpenteiam pelo abismo. 

À DISPOSIÇÃO DO ASSOMBRO

Wellington Gadelha

Com sua bicicleta e mochila nas costas, eis um corpo, um mensageiro favelado, que se embrenha em um pedaço do Ceará Profundo, um Nordeste Antigo. Carregando encantarias e a sorte em estar vivo, seu exercício é encruzar fronteiras, propagar o anúncio e ter nos sonhos o lugar no qual o terror não entra.

SERENATAS DANÇADAS

Soraya Portela

Cinco corpos, na periferia do nordeste brasileiro, sobreviventes a uma pandemia e ao momento político do Brasil, que articulam suas biografias e paisagens íntimas para produzir algum tipo de resposta para este tempo. Serenatas Dançadas é um testemunho performático, uma tomada de posição, um manifesto, um desnudar do tempo, que nos leve a repensar, perceber e reconhecer nossos atuais discursos frente a diversidade e as incertezas do mundo de hoje.

MATÉRIA ESCURA

Alejandro Ahmed + Grupo Cena 11

Matéria Escura tinha sua data de estreia para Abril de 2020. Seus fundamentos artísticos se amparam na detecção de uma força através dos sintomas que esta força acusa nos corpos atravessados por ela. Um corpo invisível, que vincula sua aparência à modificação de outros corpos para manifestar sua existência. É também um nome próprio. Um vestígio de Futuro. Um devir de Passado.

E MAR ANHA DO

Coletive Danças em Transições

E MAR ANHA DO guia travessias e ritualiza memórias de 11 pessoas trans, não-bináries e bixas, corrompendo o cotidiano, aterrando universos e vislumbrando ebós de cura, desabafos, provocações, reflexões, afetos, angústias, revoltas e imaginações de futuros.

VAPOR

Original Bomber Crew

Nos becos das periferias de Teresina ou outras urbanidades, “vapor” é uma gíria que significa sumir. Se refere àquele morador da quebrada que morre, evapora sem que a sociedade se importe com a falta dele. 

O AGORA NÃO CONFABULA COM A ESPERA

Iara Izidoro

O filme compõe o processo criativo da obra presencial homônima em montagem. Aqui, a performer investiga a criação de imagens com uso de materialidades e dispositivos, como sensores de movimento e musculares, que dão forma a tentativa de habitar múltiplas temporalidades, num exercício de ficcionar possibilidades de permanência num mundo que prevê sua ausência. Como criar imagens que falam de uma experiência não visível?

CURTO, CURTO, LONGO E ÀS VEZES CURTO, LONGO, CURTO

Marcela Levi + Lucía Russo

Em 1944, para escapar da perseguição nazista, o poeta ídiche Abraham Sutzkever foi obrigado a atravessar, com sua esposa, um campo minado. Para fazer isso, eles caminharam em ritmo de anapestos (duas sílabas breves e uma longa) e anfíbracos (uma sílaba longa entre duas breves), andaram um quilômetro e sobreviveram para contar essa história. Como atravessar esse campo minado chamado Brasil?

QUANTO MAIS ENSAIA PIOR FICA

MEXA

Quanto mais ensaia pior fica é uma tentativa de construir uma obra coletivamente dentro de um tempo estabelecido. A performance acontece em duas partes. Na primeira, o grupo levanta os temas de interesse, os embriões de cena e decide como organizar a apresentação. Em seguida, o coletivo apresenta o que disso tudo decidiu manter como obra.

CONSTRUÇÃO CIVIL 

Inquieta Cia

Em Construção Civil, seis performers erguem uma estrutura cujo projeto acontece no durante do próprio trabalho. Não é arquitetura, mas uma ação fora de ordem e fora da ordem. Arquitetos não-especializados fabulam atentado ao espaço público segundo protocolo sem plano predefinido.