O Panorama acolhe hoje, a partir 21h, no Centro do Festival, uma noite dedicada aos livros e seus autores. Em uma única noite, sete títulos dedicados à dança e à dramaturgia.
Diálogo | Dança, um projeto de troca de correspondências entre Márcia Tiburi e Thereza Rocha, iniciado em 2004 e finalizado em 2011, pergunta: O que é a dança? Onde estaria a dança? Quem dança? Que dança? O que pode a dança? Para que a dança? Perguntas que foram se propondo à atenção. Pensamentos envoltos nos fios espinhosos da busca fazendo-se corpos-palavras.
Uma conversa em que afetos, movimentos, tempos estiveram em cena. Uma trança de sinceridades na qual descobertas são feitas no meio do processo e passos, silêncios, estases e ímpetos contracenam, afetando o corpo-linguagem deste texto.
Diante da efervescência da cena teatral brasileira, a Cobogó não poderia ficar indiferente. A editora lança, também hoje, os seis primeiros volumes da Coleção Dramaturgia, que ajuda a consolidar um panorama da nova geração de dramaturgos do país.
A coleção reúne os textos Ninguém Falou que Seria Fácil, de Felipe Rocha; Trabalhos de Amores Quase Perdidos, de Pedro Brício; Os estonianos, de Julia Spadaccini; Ponto de Fuga, de Rodrigo Nogueira; Nem um dia se passa sem notícias suas, de Daniela Pereira de Carvalho; e Alguém Acaba de Morrer Lá Fora, de Jô Bilac.
Em seis volumes, cada livro com uma peça de teatro (R$ 25,00 cada), são apresentadas peças de jovens e premiados autores cariocas escritas e encenadas nos últimos anos. A iniciativa partiu do interesse pessoal de Isabel Diegues, editora da Cobogó, que pretende lançar outros volumes em breve. “Adoro ler teatro. O limite entre a literatura e a dramaturgia me fascina”, explica.
O Centro do Festival fica no Largo das Artes (R. Luis de Camões, 2 / Sobrado – Lgo. São Francisco).
Os livros
Ninguém falou que seria fácil – Felipe Rocha
Autor, ator e diretor, recebeu por Ninguém falou que seria fácil os Prêmios Shell, APTR e Questão de Crítica de melhor autor, de 2011. Felipe Rocha acaba de voltar de Londres, onde dirigiu um curta-metragem no projeto Rio Occupation London. Ninguém falou que seria fácil traz personagens em busca de atenção e espaço, que saltam das angústias da infância para as da vida adulta, e vice e versa, trocando de papéis para revisitar as relações familiares sob outro ponto de vista.
Trabalhos de amores quase perdidos – Pedro Brício
Vencedor do Prêmio Shell de melhor autor em 2008, Pedro Brício é também diretor de diversos espetáculos, além de ser ator de teatro e cinema. No momento está escrevendo a peça A Outra Cidade, que será produzida pela sua companhia, a Zeppelin Cia, que completa 10 anos em 2013. Trabalhos de amores quase perdidos fala sobre o amor e suas transformações, e evoca, por meio de jogos cênicos e histórias entrelaçadas, a dificuldade de verbalização dos sentimentos e a importância do olhar do outro para a construção da identidade.
Os estonianos- Julia Spadaccini
A autora Julia Spadaccini, indicada ao Prêmio Shell de 2012, escreveu mais de 15 peças de teatro – encenadas no Rio de Janeiro e por todo o Brasil – e é também roteirista de cinema e televisão. Os Estonianos traz cinco personagens em crise com o mundo moderno, que lutam cada um à sua maneira contra a solidão, e que, ao verem suas vidas entrelaçadas pelo acaso, procuram encontrar formas de lidar com a incomunicabilidade e a insatisfação que pesam sobre suas relações.
Ponto de fuga – Rodrigo Nogueira
Rodrigo Nogueira escreveu e dirigiu a peça Ponto de fuga, vencedora do Prêmio APTR de melhor texto em 2010. Autor de mais diversas peças de teatro, é também ator e diretor. Como variações de um tema musical, Ponto de fuga traz histórias paralelas de personagens em crise com a realidade: de um lado, um compositor que não consegue mais ouvir música, de outro, uma mulher que se tornou incapaz de sentir; ambos se encontram nessa fuga para outros mundos.
Nem um dia se passa sem notícias suas – Daniela Pereira de Carvalho
Daniela Pereira de Carvalho é dramaturga e escreveu diversas peças de teatro, musicais e adaptações, passando por textos biográficos e monólogos. Foi duas vezes indicada ao Prêmio Shell e recebeu o Prêmio ATPR em 2006 pela peça Não existem níveis seguros para o consumo destas substâncias. Nem um dia se passa sem notícias suas fala sobre as perdas, as dores e as lembranças de família, que se escondem sob as máscaras sociais e os disfarces do cotidiano.
Alguém acaba de morrer lá fora – Jô Bilac
Jô Bilac é autor e diretor de teatro, vencedor do Prêmio Shell de melhor texto por Savana Glacial, em 2010. Alguém acaba de morrer lá fora mostra quatro personagens num bar, à espera de alguém ou de algo que mude suas vidas e que, ao se depararem com a morte, reavaliam suas relações.